terça-feira, 3 de março de 2015

Cannibal Corpse e Suicide Silence em Portugal


15 Julho - Paradise Garage (Lisboa) 
1ª Parte: Suicide Silence 
Abertura de Portas: 20h00 - Inicio espetáculo: 21h00 


Os Cannibal Corpse são responsáveis por algum do mais violento death metal alguma vez feito, assinado por instrumentistas exímios que, deleitando-se nas imagens sangrentas das suas capas e letras, abordam assuntos realmente extremos. Feitas as contas, os CANNIBAL CORPSE são – e sempre foram! – mais que "apenas" controversos. Foram eles que, na viragem dos 80s para os 90s, elevaram a intensidade do thrash para fazer death metal e, crescendo de forma sustentada e a bom ritmo, transformaram-se num dos mais importantes e influentes porta-estandartes de toda uma tendência que muito tem trabalhado para levar a música extrema ao limite. Com o novo «A Skeletal Domain», de 2014, a provar que, apesar da passagem dos anos, continua tão sedenta de sangue como sempre, a banda regressa a Portugal – na companhia dos SUICIDE SILENCE – no dia 15 de Julho, para uma data única no Paradise Garage, em Lisboa. 
Dizer que os CANNIBAL CORPSE são "atualmente a maior banda de death metal do planeta", como fez a revista britânica Metal Hammer num artigo publicado em 2009, não é, de todo, exagero... Basta olhar para trás e rever tudo que conseguiram atingir, apoiados numa discografia de eleição que inclui vários clássicos do género, entre os quais se contam «Tomb Of The Mutilated», «The Bleeding», «Gallery of Suicide» ou «Gore Obsessed». Só nos últimos cinco anos, o coletivo lançou três álbuns – «Evisceration Plague», «Torture» e «A Skeletal Domain» – que, além de incluírem alguns temas que se tornaram de imediato favoritos nas setlists dos espetáculos do grupo, colheram elogios rasgados por parte dos fãs e da imprensa especializada. Com um total de vendas acumuladas a atingir um nível raramente visto no espectro da música extrema, os músicos oriundos de Buffalo, em Nova Iorque, continuam a crescer a olhos vistos e a contrariar o muito propalado declínio da indústria discográfica. Em 2006, «Kill» estreou-se na posição #170 do Top 200 da Billboard; três anos depois, «Evisceration Plague» registou entrada direta para o #66 e, em 2012, «Torture» viu-os tomarem de assalto a tabela com uma improvável subida ao #38. É impossível prever se esta tendência se vai manter, mas ouvindo o 13º registo de estúdio da banda, o quinteto formado por George "Corpsegrinder" Fisher, Alex Webster, Pat O'Brien, Rob Barrett e Paul Mazurkiewicz parece ter um plano bem inteligente para continuar a expor legiões de fãs ao seu death metal hiper-brutal. 
Nesta tour europeia de promoção a «A Skeletal Domain», os CANNIBAL CORPSE chegam a Portugal acompanhados pelos SUICIDE SILENCE, uma das mais brilhantes e bem sucedidas propostas saídas da nova geração da música extrema. Agora a viver uma "segunda vida", após o trágico e inesperado acidente rodoviário que ceifou a vida ao carismático vocalista Mitch Lurker a 31 de Outubro de 2014, os músicos californianos estão finalmente de regresso às edições e aos palcos. Para trás fica uma década de trabalho árduo, que os viu moldarem e liderarem a tendência deathcore, muito à semelhança do que os seus companheiros nesta digressão fizeram com o death metal anos antes. «The Cleansing», a estreia de 2007, viu-os serem destacados como "Best New Talent" nos Revolver Golden Gods Awards e, na altura em que «No Time To Bleed» e «The Black Crown» entraram diretamente para o Top 40 da Billboard, já o quinteto dava cartas em festivais itinerantes como o Rockstar Mayhem do outro lado do Atlântico. Pelo caminho, temas como «Wake Up» e «Lifted» tornaram-se clássicos no underground, com o grupo a transcender o subgénero que ajudou a criar e a estabelecer. Com o apropriadamente intitulado «You Can't Stop Me», os SUICIDE SILENCE apresentam o novo vocalista, Eddie Hermida (ex-All Shall Perish), e celebram o legado do seu predecessor, através de uma muito inteligente fusão de death, black metal e grind, que transforma dissonâncias abrasivas em descargas de groove focado, alimentado a raiva e perseverança.


BIOGRAFIA CANNIBAL CORPSE 
Influenciados por bandas de thrash como os Slayer e os Kreator, mas também pelos pioneiros do death metal (entre os quais se contam os Death, Autopsy e Morbid Angel), os Cannibal Corpse juntaram-se na cidade de Buffalo, no estado de Nova Iorque, em 1988. No início a formação era composta por Chris Barnes na voz, Bob Rusay e Jack Owen nas guitarras, Alex Webster no baixo e Paul Mazurkiewicz na bateria, um quinteto de músicos bastante ativos na cena underground local através do envolvimento em projetos como Leviathan, Beyond Death e Tirant Sin. O grupo estreou-se ao vivo em Março de 1989 e, pouco tempo depois, decide entrar em estúdio para gravar uma maqueta homónima de cinco temas. «Cannibal Corpse» captou a atenção da então emergente Metal Blade Records e, menos de um ano depois de terem começado a tocar juntos, assinam contrato com a mesma editora que, uns anos antes, tinha revelado ao mundo os Metallica. 
O longa-duração de estreia, «Eaten Back To Life», chegou aos escaparates em Agosto de 1990 e, muito graças à controvérsia provocada pelo disco seguinte, «Butchered At Birth» de 1991, começou a crescer um enorme culto à volta da banda entretanto transladada para a Florida, epicentro do death metal feito do outro lado ao Atlântico. Com as polémicas – para alguns demasiado – ilustrações de Vincent Locke a adornar as capas e temas com títulos como «A Skull Full Of Maggots», «Shredded Humans» ou «Meat Hook Sodomy», a banda chamou a atenção do PMRC e não se esquivou aos autocolantes "PARENTAL ADVISORY". Quando «Tomb Of The Mutilated» foi lançado, em 1992, já auto-censuravam a sua sede de sangue a nível gráfico, mas "pérolas" como «Hammer Smashed Face», «I Cum Blood», «Addicted To Vaginal Skin», «Necropedophile» ou «Entrails Ripped From a Virgin's Cunt» trataram de elevar o patamar da nojeira (e do mau gosto), culminando no famoso ban germânico. Décadas depois, ainda havia temas que os músicos não podiam tocar nesse território. Entretanto, corria o ano de 1993, Rusay foi despedido – para o seu lugar foi chamado rapidamente Rob Barrett. O ex-Malevolent Creation chegou a tempo da participação dos autores de «Post Mortal Ejaculation» no filme «Ace Ventura: Pet Detective», protagonizado pelo famoso Jim Carrey. 
Em disco, a estreia de Barrett aconteceu em 1994 com o – um pouco mais acessível para os padrões do coletivo – «The Bleeding», que eventualmente marcou também a rutura com o icónico Chris Barnes. A voz dos Cannibal Corpse, uma das mais reconhecíveis de sempre na música extrema, decide seguir caminho e funda os Six Feet Under; os seus antigos companheiros fazem o mesmo – e nem perdem tanto tempo. É já com George "Corpsegrinder" Fisher (ex-Monstrosity) atrás do microfone que gravam «Vile» em 1996, dando o tiro de partida para as fulgurantes décadas seguintes. Em crescendo constante e permanentemente em digressão, transformam-se numa máquina de guerra bem oleada e acabam mesmo por afirmar-se como a banda de death metal melhor sucedida de sempre. Em 1997, Barett abandona para se dedicar aos Solstice e, para o seu lugar, entra Pat O'Brien, sendo que «Gallery Of Suicide» é editado no ano seguinte, revelando um pendor para arranjos mais técnicos e intrincados. 
Com uma formação já estável editam «Bloodthirst» (de 1999), «Live Cannibalism» (de 2000), «Gore Obsessed» (de 2002), «15 Year Killing Spree» (de 2003) e «The Wretched Spawn» (de 2004). Uma breve paragem para lidar com o abandono do guitarrista fundador Jack Owen – situação resolvida com o regresso de Barett após um breve período em que Jeremy Turner (dos Origin) ocupou o lugar de segundo guitarrista em palco – e seguiram em frente como se nada lhes pudesse abalar as estruturas, gravando «Kill» em 2006 e «Evisceration Plague» em 2008. Dois anos depois é editado o DVD «Global Evisceration», em 2012 «Torture» e, já no ano passado, o 13º registo de longa-duração, «A Skeletal Domain», assim como a biografia "Bible Of Butchery". À semelhança de um bom filme de terror, a extremidade levada ao exagero pelos músicos norte-americanos fez deles objeto de culto e uma das bandas de death metal mais populares saídas dos anos 90. 



Os bilhetes para o concerto custam 23€, à venda nos locais habituais.
Ticketline | Fnac | Worten | El Corte Inglês | Carbono (Amadora) | Glam-O-Rama (Lisboa) | Unkind (Online Store) | Break Point (Vigo)